[Poesia] "Agitação"
Nosso irmão Silva Teixeira
Pediu-nos fraternalmente
Dar-lhe atenção e assistência
Na viagem que faria em visita ao pai doente.
Não vacilamos no assunto,
Fui ao nosso diretor:
- “Algum apoio ao amigo?
Vai, sim!... – nos disse o mentor.”
Encontrei-me com Teixeira
Junto à esposa Dona Alcina,
Num ônibus que largava.
Vencendo a chuva mofina.
A máquina em movimento
Formava rajadas frias...
A viagem do casal
Seria apenas dois dias.
Às onze da noite em ponto,
Com biscoitos a granel,
A dupla desceu, entrando
Em velho e pequeno hotel.
A luz se fez no aposento
Que lhes fora reservado...
Acomodaram-se os dois,
Deitando-se, lado a lado.
Instantes depois, um grito
Ressoava estranho e feio...
Dona Alcina retirara
Uma barata do seio.
Teixeira não descansou,
Pois a esposa reclamava,
Xingando a roupa do hotel,
Em pranto se lastimava.
No outro dia, Teixeira
Observou, tristemente,
A morte rondando a casa
Na face do pai doente.
À noite, foi novo trampo;
Dona Alcina, num berreiro,
Clamava que muitas pulgas
Mordiam-lhe o corpo inteiro...
Gritava, humilhando o esposo:
- “Não tens o berço que julgas,
Esta casa em que nasceste
É um pardieiro de pulgas...”
Manhã seguinte, o irmão Silva
Encomendou condução,
Voltariam para casa,
Sem qualquer baldeação.
Chegaram ao lar, à noite;
Dona Alcina, muito ativa,
Falava: - “Agora estou salva!
Agora, sim, estou viva...
Nem pulgas e nem baratas,
Quero somente o que é meu,
Bendita seja esta casa,
A casa que Deus me deu...
Meu sogro? Que Deus o cure,
Não tomarei nova estrada,
Desejo a paz do meu canto...
Tranqüilidade e mais nada.”
Mas passadas duas horas,
A pobre rolou no chão,
Seguindo para o hospital,
Picada de escorpião!...
Jair Presente
Livro: Ponto De Encontro
(Psicografia Francisco Cândido Xavier)
Pediu-nos fraternalmente
Dar-lhe atenção e assistência
Na viagem que faria em visita ao pai doente.
Não vacilamos no assunto,
Fui ao nosso diretor:
- “Algum apoio ao amigo?
Vai, sim!... – nos disse o mentor.”
Encontrei-me com Teixeira
Junto à esposa Dona Alcina,
Num ônibus que largava.
Vencendo a chuva mofina.
A máquina em movimento
Formava rajadas frias...
A viagem do casal
Seria apenas dois dias.
Às onze da noite em ponto,
Com biscoitos a granel,
A dupla desceu, entrando
Em velho e pequeno hotel.
A luz se fez no aposento
Que lhes fora reservado...
Acomodaram-se os dois,
Deitando-se, lado a lado.
Instantes depois, um grito
Ressoava estranho e feio...
Dona Alcina retirara
Uma barata do seio.
Teixeira não descansou,
Pois a esposa reclamava,
Xingando a roupa do hotel,
Em pranto se lastimava.
No outro dia, Teixeira
Observou, tristemente,
A morte rondando a casa
Na face do pai doente.
À noite, foi novo trampo;
Dona Alcina, num berreiro,
Clamava que muitas pulgas
Mordiam-lhe o corpo inteiro...
Gritava, humilhando o esposo:
- “Não tens o berço que julgas,
Esta casa em que nasceste
É um pardieiro de pulgas...”
Manhã seguinte, o irmão Silva
Encomendou condução,
Voltariam para casa,
Sem qualquer baldeação.
Chegaram ao lar, à noite;
Dona Alcina, muito ativa,
Falava: - “Agora estou salva!
Agora, sim, estou viva...
Nem pulgas e nem baratas,
Quero somente o que é meu,
Bendita seja esta casa,
A casa que Deus me deu...
Meu sogro? Que Deus o cure,
Não tomarei nova estrada,
Desejo a paz do meu canto...
Tranqüilidade e mais nada.”
Mas passadas duas horas,
A pobre rolou no chão,
Seguindo para o hospital,
Picada de escorpião!...
Jair Presente
Livro: Ponto De Encontro
(Psicografia Francisco Cândido Xavier)
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