Stanley D. Moulson
Eu cresci em uma família muito normal com dois irmãos e duas irmãs. Embora naqueles tempos não tivéssemos muito dinheiro, sempre me lembro dos meus pais levando-nos para fazer piqueniques ou para ir ao zoológico nos fins de semana.
Minha mãe era uma pessoa muito afetuosa e dedicada. Estava sempre pronta para ajudar alguém e freqüentemente trazia para casa animais perdidos ou machucados. Embora tivesse cinco filhos para criar, sempre encontrava tempo para ajudar ao próximo.
Eu penso na minha infância e vejo os meus pais não como marido e mulher com cinco filhos, mas como duas pessoas recém-casadas muito apaixonadas. O dia era para ser passado conosco, as crianças, mas a noite era a sua hora de estar um com o outro.
Lembro-me de que numa noite estava deitado na cama. Era domingo, 27 de maio de 1973. Eu acordei com o som dos meus pais voltando para casa depois de uma noite fora com alguns amigos. Eles estavam rindo e, quando os ouvi indo para a cama, virei de lado e voltei a dormir, mas nesta noite todo o meu sono foi agitado por pesadelos.
Na manhã de segunda-feira, 28 de maio de 1973, acordei. O dia estava nublado. Minha mãe ainda não havia acordado, por isso todos nós nos arrumamos e fomos para a escola. Durante todo aquele dia, tive uma sensação de um vazio interior. Depois da escola, voltei para casa.
- Oi, mãe, estou em casa. - Não houver resposta. A casa parecia gelada e vazia. Senti medo. Tremendo, subi as escadas e fui para o quarto dos meus pais. A porta estava apenas entreaberta e eu não pude ver tudo lá dentro. - Mãe? - Eu a abri totalmente para poder ver todo o quarto, e lá estava a minha mãe deitada no chão ao lado da cama. Tentei acordá-la, mas não consegui. Então soube que estava morta. Eu dei meia-volta, saí do quarto e fui para o andar de baixo. Sentei-me no sofá em silêncio durante muito tempo, até a minha irmã mais velha voltar para casa. Ela viu-me sentado ali e imediatamente subiu correndo as escadas.
Eu fiquei sentado na sala de estar e observei enquanto o meu pai falava com o policial. Vi a minha mãe ser carregada em uma maca para a ambulância. Tudo que pude fazer foi sentar e olhar, nem mesmo pude chorar. Nunca havia pensado em meu pai como um homem idoso, mas naquele dia, quando o vi, ele nunca pareceu tão velho.
Terça-feira, 29 de maio de 1973. Meu 11º aniversário. Não houve música, festa ou bolo, apenas silêncio enquanto nos sentávamos ao redor da mesa de jantar olhando para a nossa comida. Era minha culpa. Se eu tivesse voltado para casa mais cedo ela ainda estaria viva. Se eu fosse mais velho ela ainda estaria viva. Se...
Durante muitos anos, tive o sentimento de culpa pela morte da minha mãe. Pensei em tudo que poderia ter feito. Todas as coisas desagradáveis que dissera para ela. Realmente acreditava que porque eu era criança-problema, Deus estava punindo-me, levando-a. O que mais me perturbava era o fato de não ter tido a chance de dizer adeus. Nunca mais sentiria o seu abraço carinhoso, o cheiro adocicado do seu perfume ou os seus beijos suaves quando ela colocava-me na cama, à noite. Para a minha punição, tudo isso foi tirado de mim.
No dia 29 de maio de 1989, meu aniversário, eu estava sentido-me muito solitário e vazio. Não me havia recuperado dos efeitos da morte da minha mãe. Estava muito perturbado emocionalmente. Minha raiva de Deus atingira o seu auge. Eu chorei e gritei para Ele:
- Por que levou minha mãe? Nem mesmo me deu a chance de dizer adeus. Eu a adorava e o Senhor a tirou de mim. Eu só queria abraçá-la mais uma vez. Eu o odeio! - Eu sentei-me na sala de estar, soluçado. Senti-me esgotado. Subitamente, fui tomado por uma sensação de calor. Pude sentir fisicamente dois braços abraçando-me, um aroma familiar mas há muito esquecido. Era ela. Senti sua presença, o seu toque e o seu perfume. O Deus que eu odiara atendera ao meu desejo. Minha mãe estava vindo para mim quando eu precisava dela.
Hoje sei que minha mãe está sempre comigo. Ainda a amo de todo o coração, e sei que sempre estará ao meu lado. Justamente quando eu havia desistido e resignado-me com o fato de que se fora para sempre, ele fez-me saber que nunca deixaria de me amar.
EU QUERIA, UM DIA, DAR A LUZ A UM POEMA.
POEMA QUE LEMBRASSE TODA TERNURA E DOÇURA
DO SEU COLO ACONCHEGANTE,
DAS SUAVES CANTIGAS ANTIGAS DE NINAR,
DO VAI E VEM DA REDE NO CANTO DA SALA.
UM POEMA QUE LEMBRASSE O CANTO DOS PÁSSAROS EM REVOADAS,
O SOL SE PONDO E AS NOITES ENLUARADAS.
UM POEMA QUE LEMBRASSE A ROSEIRA COR DE ROSA
APINHADINHA DE FLOR, E O MANACÁ
MULTICOLORIDO EXALANDO O SEU ODOR.
UM POEMA QUE RETRATASSE AQUELA BRINCADEIRA DO DEDINHO
"MINDINHO, SEU VIZINHO, PAI DE TODOS, FURA-BOLO,MATA-PIOLHO ".
UM POEMA QUE DESPERTASSE EM CADA CANTO
A INSPIRAÇÃO DAS MUSAS ! QUE FALASSE EM VOZ PROFUSA DESSE SENTIR
TÃO PROFUNDO, BEM MAIOR QUE O MUNDO... O MEU AMOR POR VOCÊ !
POEMA QUE LEMBRASSE A ALEGRIA DO AMANHECER
E OS VERSOS BATESSEM NA ALMA, COMO
O FRESCOR DA GOTA DE ORVALHO SOBRE A RELVA
E O CHEIRO DA TERRA QUANDO A CHUVA CAI.
UM POEMA QUE RASGASSE AS FRONTEIRAS CORRENDO
VELOZ, COMO UMA LENDA, DOMINASSE O UNIVERSO,
PRA CONTAR À TERRA INTEIRA, A GRANDE MÃE QUE VOCÊ FOI !
TENTO DIZER... AS PALAVRAS ESTÃO PRESAS DENTRO DE MIM,
TALVEZ POR EU TER SIDO TÃO SUA E VOCÊ TÃO MINHA, EU
TÃO CARNE DE SUA CARNE, TÃO SANGUE DO SEU SANGUE...
E SERMOS AINDA HOJE, TÃO IGUAIS...TÃO PARECIDAS, TÃO LIGADAS...
APENAS EM PLANOS DIFERENTES, É QUE;
PALAVRAS JAMAIS PODERÃO EXPRESSAR OS NOSSOS SENTIMENTOS.
POR ISSO MÃE ! O MEU POEMA ESTÁ ESCRITO DENTRO DA MINHA ALMA !
Ah, essas mães!
Quando nos vem à mente uma figura de mãe, sempre surge acompanhada de um misto de divino e humano.
É muito rara a pessoa que não se comova diante da lembrança de sua mãe.
Meninos que abandonaram o lar por motivos variados, e vivem nas ruas, quando evocam suas mães,
uma onda de ternura lhes invade o ser.
Por que será que as mães são essas criaturas tão especiais?
Talvez seja porque elas têm o dom da renúncia...
Uma mãe consegue abrir mão de seus interesses para atender esse serzinho indefeso e carente que carrega nos braços.
Mas as mães também têm outras características muito especiais.
Um coração de mãe é compassivo.
A mãe sempre encontra um jeito de socorrer seu filho, mesmo quando a vigilância do pai é intensa.
Ela alivia o castigo, esconde as traquinagens, defende,
protege, arruma uns trocos a mais.
Sim, uma mãe sempre tem algum dinheiro guardado, mesmo convivendo
com extrema necessidade, quando se trata de socorrer um filho.
Mães são excelentes
guarda-costas.
Estão sempre alertas para defender seu filho do coleguinha "terrorista",
que quer puxar seu cabelo ou obrigá-lo a emprestar seu brinquedo predileto...
Quando a criança tem um pesadelo no meio da noite, e o medo apavora, é a mãe que corre para acudir.
As mães são um pouco fadas, pois um abraço seu cura qualquer sofrimento, e seu beijo é um santo remédio contra a dor...
Para os filhos, mesmo crescidos, a oração de mãe continua tendo o poder de remover qualquer dificuldade, resolver qualquer problema,
afastar qualquer mal.
No entender dos filhos, as mães têm ligação direta com Deus, pois tudo o que elas pedem, Deus atende.
O respeito às mães perdura até nos lugares de onde a esperança fugiu.
Onde a polícia não entra, as mães têm livre acesso, ainda que seja para puxar a orelha do filho que se desviou do caminho reto.
Até o filho bandido respeita sua mãe, e lhe reverencia a imagem quando ela já viajou para o outro lado da vida.
Existem mães que são verdadeiras escultoras.
Sabem retirar da pedra bruta que lhe chega aos braços, a mais perfeita escultura, trabalhando com o cinzel do amor
e o cadinho da ternura.
Ah, essas mães!
Ao mesmo tempo em que têm algo de fadas, também têm algo de bruxas...
Elas adivinham coisas a respeito de seus filhos,
que eles desejam
esconder de si mesmos.
Sabem quando querem fugir dos compromissos, inventam desculpas e
tentam enganar com suas falsas histórias...
É que os filhos se esquecem de que viveram nove meses no ventre de suas mães, e por isso elas os conhecem tão bem.
Ah, essas mães!
Mães são essas criaturas especiais, que Deus dotou com um pouco
de cada virtude, para atender as criaturas, não menos especiais,
que são as crianças.
As mães adivinham que a sua missão é a mais importante da face da Terra,
pois é em seus braços que Deus deposita Suas jóias, para que fiquem
ainda mais brilhantes.
Talvez seja por essa razão que Deus dotou as mães com sensibilidade e valentia,
coragem e resignação, renúncia e ousadia, afeto e firmeza.
Todas essas são forças para que cumpram a grande missão de ser mãe.
E ser mãe significa ser co-criadora com Deus, e ter a oportunidade de construir
um mundo melhor com essas pedras preciosas chamadas filhos...
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