[Poemas] " Celso Brito "
Meninice
Ah se eu morresse de amor!
Que bonito seria!...
Meu nome, nome de rua.
Meu busto, busto de praça.
Meu coração, amuleto da sorte.
E as moças de nascimentos distantes
- amores mais distantes ainda -
carregadas de flores para o meu funeral.
Os casais e os amantes das noites,
mentindo para uma estrela distante,
na qual puseram o meu nome.
Ah se eu morresse de amor!
Só que sem medo, sem dor,
sem aviso prévio, durante o sono.
E durante pouco tempo.
Noturno
Me cresce da alma feito praga
desdém do dia inútil,
que me sorrir da janela
onde dormem trepadeiras.
O meu Crio em Deus Pai
- que não creio -
rezo ante a beleza
imutável dos altares,
edificados sobre mim.
Copio olhares sem nomes,
ausentes ao momento lírico.
O poema se esfarrapa no ar de horrores.
Um carro cruza sobre mim, a avenida.
Variações do Terceto I
Distante, um vaqueiro
tange o gado.
Mistura-se ao mugido.
Na mira dum caçador
um coelho se esconde...
Sem sorte!
O desenho da fumaça
projeta paz,
atrás do cigarro.
Enclausurado na rocha,
o inseto.
Protege seu veneno.
Cão no borralho,
na sombra um burro.
Coisas nossas!
Mato seco na estrada
Fim da colheita
Pássaros no paiol
Embaixo da mata
corre o riacho.
Desviando-se das pedras.
Seca... cigarra
Vida... vento
Casas vazias
Inútil. A mosca tenta
sem sucesso,
ultrapassar o vidro.
Candeias acesas
Toalhas brancas
Ninguém à mesa
Variações do Terceto II
Pipa solta no horizonte
Linha<------ ----->partida
Brincadeiras do vento
Fim de tarde em Belém.
Chuva de periquitos
na copa das mangueiras.
Um cavalo vigia na sobra
o breve sono do vaqueiro.
É meio dia na fazenda.
Move o dia lento...
Deixa imóvel meu pensamento,
na palha do coqueiro, sem vento.
Chove em Macapá.
Gotas perpendiculares,
na linha do equador.
Imaginário possível:
meu verso convexo transborda.
Água da última chuva.
Galope de burro na estrada.
O bater de asas das rolas pardas,
abrindo passagem.
Revoada no cajueiro
Fim do dia. Silencia.
Periquitos no poleiro.
Chuva na copa da mata.
Vento brincando na estrada,
rouba-me o chapéu.
Ah se eu morresse de amor!
Que bonito seria!...
Meu nome, nome de rua.
Meu busto, busto de praça.
Meu coração, amuleto da sorte.
E as moças de nascimentos distantes
- amores mais distantes ainda -
carregadas de flores para o meu funeral.
Os casais e os amantes das noites,
mentindo para uma estrela distante,
na qual puseram o meu nome.
Ah se eu morresse de amor!
Só que sem medo, sem dor,
sem aviso prévio, durante o sono.
E durante pouco tempo.
Noturno
Me cresce da alma feito praga
desdém do dia inútil,
que me sorrir da janela
onde dormem trepadeiras.
O meu Crio em Deus Pai
- que não creio -
rezo ante a beleza
imutável dos altares,
edificados sobre mim.
Copio olhares sem nomes,
ausentes ao momento lírico.
O poema se esfarrapa no ar de horrores.
Um carro cruza sobre mim, a avenida.
Variações do Terceto I
Distante, um vaqueiro
tange o gado.
Mistura-se ao mugido.
Na mira dum caçador
um coelho se esconde...
Sem sorte!
O desenho da fumaça
projeta paz,
atrás do cigarro.
Enclausurado na rocha,
o inseto.
Protege seu veneno.
Cão no borralho,
na sombra um burro.
Coisas nossas!
Mato seco na estrada
Fim da colheita
Pássaros no paiol
Embaixo da mata
corre o riacho.
Desviando-se das pedras.
Seca... cigarra
Vida... vento
Casas vazias
Inútil. A mosca tenta
sem sucesso,
ultrapassar o vidro.
Candeias acesas
Toalhas brancas
Ninguém à mesa
Variações do Terceto II
Pipa solta no horizonte
Linha<------ ----->partida
Brincadeiras do vento
Fim de tarde em Belém.
Chuva de periquitos
na copa das mangueiras.
Um cavalo vigia na sobra
o breve sono do vaqueiro.
É meio dia na fazenda.
Move o dia lento...
Deixa imóvel meu pensamento,
na palha do coqueiro, sem vento.
Chove em Macapá.
Gotas perpendiculares,
na linha do equador.
Imaginário possível:
meu verso convexo transborda.
Água da última chuva.
Galope de burro na estrada.
O bater de asas das rolas pardas,
abrindo passagem.
Revoada no cajueiro
Fim do dia. Silencia.
Periquitos no poleiro.
Chuva na copa da mata.
Vento brincando na estrada,
rouba-me o chapéu.
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