Chakanagem by Carl Chaka

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Eu sou como você, da espécie humana, sou capaz de errar. O erro não é falha de caráter e errar faz parte da natureza humana. I am like you, of the human species, I am capable to wander. The mistake is not defective of character and to wander is part of the human nature.

20 dezembro 2006

[Poemas] " Celso Brito "

Meninice

Ah se eu morresse de amor!
Que bonito seria!...
Meu nome, nome de rua.
Meu busto, busto de praça.
Meu coração, amuleto da sorte.

E as moças de nascimentos distantes
- amores mais distantes ainda -
carregadas de flores para o meu funeral.

Os casais e os amantes das noites,
mentindo para uma estrela distante,
na qual puseram o meu nome.

Ah se eu morresse de amor!
Só que sem medo, sem dor,
sem aviso prévio, durante o sono.
E durante pouco tempo.



Noturno

Me cresce da alma feito praga
desdém do dia inútil,
que me sorrir da janela
onde dormem trepadeiras.

O meu Crio em Deus Pai
- que não creio -
rezo ante a beleza
imutável dos altares,
edificados sobre mim.

Copio olhares sem nomes,
ausentes ao momento lírico.
O poema se esfarrapa no ar de horrores.
Um carro cruza sobre mim, a avenida.



Variações do Terceto I

Distante, um vaqueiro
tange o gado.
Mistura-se ao mugido.

Na mira dum caçador
um coelho se esconde...
Sem sorte!

O desenho da fumaça
projeta paz,
atrás do cigarro.

Enclausurado na rocha,
o inseto.
Protege seu veneno.

Cão no borralho,
na sombra um burro.
Coisas nossas!

Mato seco na estrada
Fim da colheita
Pássaros no paiol

Embaixo da mata
corre o riacho.
Desviando-se das pedras.

Seca... cigarra
Vida... vento
Casas vazias

Inútil. A mosca tenta
sem sucesso,
ultrapassar o vidro.

Candeias acesas
Toalhas brancas
Ninguém à mesa



Variações do Terceto II


Pipa solta no horizonte
Linha<------ ----->partida
Brincadeiras do vento

Fim de tarde em Belém.
Chuva de periquitos
na copa das mangueiras.

Um cavalo vigia na sobra
o breve sono do vaqueiro.
É meio dia na fazenda.

Move o dia lento...
Deixa imóvel meu pensamento,
na palha do coqueiro, sem vento.

Chove em Macapá.
Gotas perpendiculares,
na linha do equador.

Imaginário possível:
meu verso convexo transborda.
Água da última chuva.

Galope de burro na estrada.
O bater de asas das rolas pardas,
abrindo passagem.

Revoada no cajueiro
Fim do dia. Silencia.
Periquitos no poleiro.

Chuva na copa da mata.
Vento brincando na estrada,
rouba-me o chapéu.

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